º° Divagações de uma Mulher Especial °º

quarta-feira, 1 de abril de 2009


' Ser ou não ser, eis a questão '

Elevando finalmente o nível deste Blog.

Shakespeare, falecido em 23 de abril de 1616, é autor da obra A tragédia de Hamlet, o príncipe da Dinamarca, cujo protagonista cita uma das frases mais conhecidas pelos ingleses: to be or not to be, that's the question.

Na obra, a frase está em um contexto de filosofia acerca da morte. Entretanto, a humanidade com sua extrema capacidade de fazer divagações, transformou-a em praticamente uma onomatopéia do suspiro quando estamos realmente confusos.

Permito-me divagar acerca da frase (afinal, a mulher especial divaga, devaneia) e levando-a ao pé-da-letra, diria eu na minha infindável tentativa de me auto-descobrir, que a questão mais importante seria: ser ou estar?.

Ser ou não ser? Oito ou oitenta? Início ou fim? Uma vida limítrofe. Não me interessa viver sendo. Prefiro viver estando. Esta é uma frase ambiciosa. Uma frase de quem almeja, sonha, anseia.
Sou fisioterapeuta. Sou meiga. Sou sincera. Sou bonita. Sou inteligente. Nada disso me interessa.

Estou fisioterapeuta e almejo Medicina. Estou meiga, mas em uma divergência devo estar rude. Estou sincera, mas não posso exagerar em certos momentos. Estou bonita, mas posso ficar linda ou também um dia terei sessenta anos. Estou inteligente, mas posso estar com Azheimer em trinta anos ou ler mais e divagar mais.
O estar deixa-me versátil. Não imponho limites a minha vida. Escolho meu caminho.

Prefiro o "Como estou?" a "Como sou?". Estou doente. Vou ao médico. Estou triste. Procuro me animar. Estou infeliz. Busco a felicidade.
Sou doente. Sou triste. Sou infeliz. Ponto final. Acabou. Posso cortar meus pulsos, portanto.

O ser é a linha limítrofe imposta por muitas pessoas em suas vidas. Conformidade.

Muitas pessoas que são não admitem estar. "Sou elegante, então não estarei bêbada na minha festa de formatura". Sensação ruim de aprisionamento.
Liberdade não tem preço. O estar liberta-nos para a vida com suas descobertas incríveis.
As pessoas que estão nunca caem no falso moralismo. As pessoas que estão são desprovidas de preconceitos. As pessoas que estão são livres.
Eis o paradoxo culminante da crônica: "as pessoas que estão são..."

Ser ou não ser? Eis a questão. A questão errada para se pensar a respeito.
Ser ou estar? Eis a questão. A questão que leva-nos a escolher se seremos livres ou aprisionados pelo Sistema.

E não existe paradoxo. "As pessoas que estão são..." mostra-nos que Estar incorpora a nossa personalidade qualidades maravilhosas.

Como você está?
Permita-se.

2 Comentários:

  • Só pra reforçar o que te disse ao MSN.. Não me faz essas deduções de paradoxos pela rua, pode ser muito perigoso ahuahuahua

    beijoOO! tri o teu blog flor.

    Por Blogger Emmanuel Denaui, Às 7:48 PM  

  • Todos os dias tento fugir dessas prisões, ter espírito livre como Nietzsche, pular até a metade do muro pra vê se ganho a rua e sumo de vez... Inútil, paradoxalmente, quanto menos ignorante fico, mais luz entra nos olhos,e mais me deprimo com as impossibilidades de não estar, não ser... No fim de tudo, também sou parte da engrenagem, também mantenho a roda girando mesmo nao querendo...

    Por Blogger Allê Barbosa, Às 8:14 AM  

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